Genitália ambígua é um defeito congênito em que os genitais externos não possuem a aparência típica de menino ou menina.
Genitais - ambíguos
O sexo genético de uma criança é determinado na concepção. O óvulo da mãe contém um cromossomo X, enquanto o espermatozoide do pai contém um cromossomo X ou Y. Esses cromossomos X e Y determinam o sexo genético da criança.
Normalmente, um bebê herda um par de cromossomos sexuais: um X da mãe e um X ou Y do pai. O pai "determina" o sexo genético da criança. O bebê que herda o cromossomo X do pai tem o sexo genético feminino (dois cromossomos X). O bebê que herda o cromossomo Y do pai tem o sexo genético masculino (um cromossomo X e um Y).
Os órgãos reprodutivos e genitais masculinos e femininos vêm do mesmo tecido no feto. Se houver perturbação do processo que faz com que o tecido fetal se torne masculino ou feminino, poderá ocorrer genitália ambígua. Essa genitália torna difícil classificar o bebê como masculino ou feminino. O grau de ambiguidade varia. Em casos muito raros, a aparência física pode ser a oposta do sexo genético. Por exemplo, um masculino genético pode ter a aparência de feminino normal.
Geralmente, a genitália ambígua no feminino genético (bebês com dois cromossomos X) tem as seguintes características:
No masculino genético (um cromossomo X e um Y), a genitália ambígua geralmente inclui as seguintes características:
Com algumas exceções, a genitália ambígua geralmente não causa risco de vida, mas pode criar problemas sociais para a criança e para a família. Por essa razão, uma equipe de especialistas experientes, incluindo neonatologistas, geneticistas, endocrinologistas, psicólogos assistentes sociais, estará envolvida nos cuidados da criança.
Causas de genitália ambígua incluem:
Devido aos potenciais efeitos sociais e psicológicos dessa condição, os pais podem querer tomar uma decisão sobre criar a criança como menino ou menina logo após o diagnóstico, dependendo do caso. Discuta com a equipe de saúde. Esta é uma decisão importante que não deve ser apressada.
Entre em contato com o seu médico se você estiver preocupado com a aparência da genitália externa do seu filho ou se o bebê:
Os sinais listados acima podem ser causados por hiperplasia adrenal congênita.
A genitália ambígua pode ser descoberta durante o primeiro exame do bebê.
O médico realizará um exame físico, que pode revelar os genitais que não são tipicamente masculinos ou femininos, mas algo intermediário.
O médico fará perguntas de histórico médico para ajudar a identificar quaisquer anomalias cromossômicas. As perguntas podem incluir:
O exame genético pode determinar se a criança é masculino ou feminino genético. Muitas vezes pode ser raspada uma pequena amostra de células de dentro das bochechas (exame chamado de esfregaço bucal). O exame dessas células é frequentemente suficiente para determinar o sexo genético da criança. A análise cromossômica é um estudo celular mais amplo que pode ser necessário em casos mais questionáveis.
Endoscopia, raio-X abdominal, ultrassonografia abdominal ou pélvica e exames semelhantes podem ser necessários para observar os genitais internos (como testículos não descidos).
Exames de laboratório podem ajudar a determinar o bom funcionamento dos órgãos reprodutivos, incluindo testes de função adrenal e gonadal.
Em alguns casos, laparoscopia, laparotomia exploratória ou biópsia podem ser necessárias para confirmar doenças que podem causar a genitália ambígua.
Dependendo da causa, cirurgia, reposição hormonal ou outros tratamentos são utilizados para tratar condições que podem causar a genitália ambígua.
Às vezes, os pais devem escolher se querem criar a criança como menino ou menina (independente dos cromossomos do bebê). Essa escolha pode ter um grande impacto social e psicológico para a criança; portanto, geralmente recomenda-se procurar aconselhamento com uma equipe multidisciplinar experiente.
Observação: Muitas vezes é tecnicamente mais fácil tratar (e, portanto, criar) a criança como sendo do sexo feminino (é mais fácil para o cirurgião fazer a genitália feminina do que a masculina); assim, em alguns casos, isso é recomendado, ainda que a criança seja geneticamente masculina. Contudo, esta é uma decisão difícil e que deve ser discutida com a sua família e com a equipe de saúde, incluindo o pediatra e o cirurgião.
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