A catapora é uma infecção viral em que a pessoa desenvolve bolhas que coçam por todo o corpo. A doença já foi mais comum no passado, sendo mais rara hoje devido à vacina contra catapora.
Varicela; Catapora
O vírus responsável pela catapora é o varicela-zóster, um integrante da família do herpes-vírus. O mesmo vírus também causa herpes-zóster (cobreiro) em adultos.
A catapora é facilmente transmitida para outras pessoas, de 1 a 2 dias antes do aparecimento de bolhas até todas as bolhas terem formado crostas. O contágio acontece:
A maioria dos casos de catapora ocorre em crianças menores de 10 anos. A doença costuma ser moderada, embora possam ocorrer sérias complicações em alguns casos. Normalmente, os adultos e as crianças mais velhas ficam mais gravemente doentes do que crianças menores.
Os filhos de mães que tiveram catapora ou que receberam a vacina estão menos predispostos a se contagiar com a doença antes do primeiro ano de vida. Caso a doença ocorra no primeiro ano de vida, ela costuma ser moderada. Caso a doença ocorra no primeiro ano de vida, ela é geralmente mais branda. Isso se deve aos anticorpos presentes no sangue da mãe. As crianças menores de 1 ano cujas mães não tiveram catapora nem foram vacinadas podem ter uma forma mais grave da doença.
Casos graves de catapora são mais frequentes em crianças com problemas no sistema imunológico.
A maioria das crianças com catapora apresenta sintomas antes do aparecimento das bolhas, incluindo:
As bolhas aparecem 10 a 21 dias após o contato com alguém contaminado. Na maioria dos casos, uma criança chega a desenvolver de 250 a 500 bolhas pequenas que coçam sobre pontos vermelhos na pele.
A maioria das lesões não deixa cicatrizes, a não ser que sejam infectadas por bactérias ao serem coçadas.
Algumas crianças que tomaram a vacina ainda desenvolverão uma versão moderada de catapora. Geralmente, elas se recuperam muito mais rápido e têm poucas bolhas (menos de 30). Esses são casos difíceis de serem diagnosticados. Entretanto, essas crianças ainda podem contagiar outras pessoas.
Normalmente, a catapora é identificada através das clássicas erupções na pele e do histórico médico da criança. A presença de pequenas bolhas no couro cabeludo pode confirmar o diagnóstico na maioria dos casos.
Se houver dúvidas, poderão ser realizados exames.
O tratamento envolve manter a pessoa o mais confortável possível. Algumas recomendações incluem:
Medicamentos que combatem o vírus estão disponíveis, mas não são administrados a todos os pacientes. Para que apresentem a melhor eficácia possível, eles devem ser ministrados em até 24 horas após o surgimento das erupções.
Nunca dê aspirina para alguém com suspeita de catapora. O uso da aspirina tem sido associado a uma reação grave chamada síndrome de Reye. O ibuprofeno tem sido associado a infecções secundárias mais graves. O paracetamol pode ser usado.
Até que as feridas formem uma crosta e sequem, deve-se evitar brincar com outras crianças, frequentar a escola ou voltar ao trabalho.
O resultado costuma ser excelente em casos que não sejam graves.
Depois da catapora, o vírus costuma permanecer dormente no organismo pelo resto da vida. Cerca de 1 a cada 10 adultos apresenta herpes-zóster quando o vírus é reativado em momentos de estresse.
Raramente há infecção do cérebro. Outros problemas incluem:
A ataxia cerebelar pode surgir durante a fase de recuperação ou posteriormente. Esta doença é caracterizada por afetar o equilíbrio do caminhar.
Mulheres com catapora durante a gravidez podem passar a infecção para o feto. Recém-nascidos têm maior risco de infecção grave.
Procure seu médico caso haja suspeita de catapora ou se seu filho for maior de 12 meses de idade e ainda não foi vacinado contra esta doença.
A catapora é uma doença transmitida pelo ar e é altamente contagiosa antes mesmo de aparecerem as erupções, o que torna sua prevenção difícil.
A vacina da catapora frequentemente protege contra a infecção ou diminui a gravidade da doença.
Fale com seu médico se você achar que seu filho pode ter risco de complicações e possa ter sido exposto. Medidas preventivas imediatas podem ser importantes. A vacinação logo após a exposição ainda pode reduzir a gravidade da doença.
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This article uses information by permission from Alan Greene, M.D., © Greene Ink, Inc.