Poliomielite
Definição
A poliomielite (pólio) é uma doença viral que pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou total.
Nomes alternativos
Pólio, Paralisia infantil; Síndrome pós-pólio
Causas
A poliomielite é uma doença causada pela infecção pelo poliovírus. O vírus se espalha por contato:
- Direto pessoa a pessoa
- Com muco ou secreção do nariz e da boca
- Com fezes infectadas.
O vírus entra através da boca e do nariz e se multiplica na garganta e no trato intestinal, sendo absorvido e espalhado pelo sangue e pelo sistema linfático. O período da infecção pelo vírus até que surjam os sintomas da doença (incubação) varia de 5 a 35 dias (em média de 7 a 14 dias). A maioria das pessoas não desenvolve sintomas.
Os fatores de risco incluem:
- Exposição à pólio sem imunização
- Viagem a áreas que passaram por surtos de pólio
Graças a uma grande campanha de vacinação global nos últimos 25 anos, a pólio foi amplamente eliminada. A doença ainda existe em alguns países da África e da Ásia, com surtos ocorrendo em grupos de pessoas que não foram vacinadas.
Sintomas
Existem três padrões básicos de infecção por pólio: infecções subclínicas, não paralíticas e paralíticas. Aproximadamente 95% das infecções são subclínicas, que podem não ter sintomas.
SINTOMAS DA INFECÇÃO SUBCLÍNICA
As pessoas com infecção subclínica de pólio podem não ter sintomas ou seus sintomas podem durar 72 horas ou menos.
A poliomielite clínica afeta o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) e se divide nas formas paralítica e não paralítica. Ela pode ocorrer após a recuperação de uma infecção subclínica.
Sinais e exames
Durante o exame físico, o médico poderá encontrar:
- Reflexos anormais
- Rigidez nas costas
- Dificuldade para levantar a cabeça ou as pernas quando está deitada de costas
- Pescoço rígido
- Dificuldade para dobrar o pescoço
Exames complementares incluem:
- Culturas de fluidos da garganta, fezes ou líquido cefalorraquidiano
- Punção lombar com exame do líquido cefalorraquidiano usando técnicas de PCR (reação em cadeia da polimerase)
- Teste dos níveis de anticorpos contra o poliovírus
Tratamento
O objetivo do tratamento é controlar os sintomas enquanto a infecção está em curso.
As pessoas com casos graves podem precisar de medidas de emergência, especialmente ajuda para respirar.
Os sintomas são tratados com base em sua gravidade. Os tratamentos incluem:
- Antibióticos para infecções do trato urinário
- Calor úmido (bolsa de água quente, toalhas quentes) para reduzir a dor muscular e os espasmos
- Analgésicos para reduzir a dor de cabeça, as dores musculares e os espasmos (normalmente não são usados narcóticos porque eles aumentam o risco de dificuldade respiratória)
- Fisioterapia, órteses ou botas ortopédicas, ou cirurgia ortopédica para ajudar a recuperar a força e o funcionamento dos músculos
Expectativas (prognóstico)
O prognóstico depende da forma da doença (subclínica, não paralítica ou paralítica) e do local afetado. A recuperação completa é provável na maior parte dos casos, exceto se houver acometimento da medula espinhal e do cérebro.
O envolvimento do cérebro ou da medula espinhal é uma emergência médica que pode resultar em paralisia ou morte (normalmente por dificuldades respiratórias).
A invalidez é mais comum que a morte. A infecção em uma parte alta da medula espinhal ou no cérebro aumenta o risco de problemas respiratórios.
Complicações
Complicações incluem:
- Pneumonia por aspiração
- Cor pulmonale (uma forma de insuficiência cardíaca encontrada no lado direito do sistema circulatório)
- Perda dos movimentos
- Problemas pulmonares
- Miocardite (inflamação do músculo cardíaco)
- Íleo paralítico (perda do funcionamento intestinal)
- Paralisia permanente dos músculos, invalidez, deformidade
- Edema pulmonar (acúmulo de líquidos nos pulmões)
- Choque
- Infecções no trato urinário
A síndrome pós-pólio é uma complicação que se desenvolve em alguns pacientes, normalmente 30 anos ou mais depois da infecção inicial. A fraqueza pode piorar nos músculos que estavam enfraquecidos anteriormente. A fraqueza também pode se desenvolver em músculos que anteriormente não foram afetados.
Quando contatar um profissional de saúde
Entre em contato com o seu médico se:
- Alguma pessoa próxima desenvolveu poliomielite e você não foi vacinado
- Você apresentar sintomas da poliomielite
- A imunização contra a pólio (vacina) do seu filho não estiver em dia
Prevenção
A imunização contra a pólio (vacina) previne efetivamente a poliomielite na maioria das pessoas (a imunização tem eficácia de mais de 90%).
Referências
Jorgensen S, Arnold WD. Motor neuron diseases. In: Cifu DX, ed. Braddom's Physical Medicine and Rehabilitation. 5th ed. Philadelphia, PA: Elsevier; 2016:chap 40.
Romero JR, Modlin JF. Poliovirus. In: Bennett JE, Dolin R, Blaser MJ, eds. Mandell, Douglas, and Bennett's Principles and Practice of Infectious Diseases, Updated Edition. 8th ed. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2015:chap 173.
Simões EAF. Polioviruses. In: Kliegman RM, Stanton BF, St. Geme JW, Schor NF, eds. Nelson Textbook of Pediatrics. 20th ed. Philadelphia, PA: Elsevier; 2016:chap 249.
Revisão feita por: Jatin M. Vyas, MD, PhD, Assistant Professor in Medicine, Harvard Medical School; Assistant in Medicine, Division of Infectious Disease, Department of Medicine, Massachusetts General Hospital, Boston, MA. Also reviewed by David Zieve, MD, MHA, Medical Director, Brenda Conaway, Editorial Director, and the A.D.A.M. Editorial team.
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